15/02/2012

Notícia sobre amianto divulgada no Jornal Nacional em 13/02/2012

Foi divulgada na edição de ontem do Jornal Nacional uma notícia sobre a condenação pelo Tribunal de Turim dos empresários Stephan Schmidheiny (Suíça) e Louis de Cartier de Marchienne (Bélgica), respectivamente proprietário e administrador da Eternit – Itália, a uma pena de 16 anos de prisão, acusados de sonegar informações sobre os riscos da exposição ao amianto e não proporcionar medidas adequadas de proteção aos trabalhadores, previstas à época na legislação italiana, provocando com isso o adoecimento e morte de mais de 2.000 trabalhadores italianos da indústria do amianto. A Eternit – Itália produziu telhas e outros materiais de cimento amianto entre as décadas de 30 e 80, quando encerrou suas atividades por falência.

Tendo em vista a possibilidade de repercussões equivocadas a partir dessa informação, a Imbralit vem prestar os seguintes esclarecimentos:

1) As fábricas italianas utilizaram em grande escala os anfibólios, um tipo de amianto com grande potencial de risco, inclusive para baixas doses de exposição. Devido a esse elevado grau de periculosidade o uso dos amiantos anfibólios foi proibido na maioria dos países. No Brasil os fabricantes de produtos de cimento amianto utilizam exclusivamente amianto do tipo crisotila, que não tem histórico de ocorrência de patologias pleuro-pulmonares associadas a baixas doses de exposição.

2) As fábricas italianas os trabalhadores não participaram da organização do local de trabalho. No Brasil os trabalhadores do setor do amianto constituíram na década de 80 a Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto, que celebrou com as empresas o Acordo Nacional de Uso Seguro do Crisotila e instituiu importantes medidas de proteção à saúde dos trabalhadores:

• Informação plena aos trabalhadores sobre os efeitos do amianto na saúde e as medidas de proteção;
• Redução do limite de exposição a valores vinte vezes inferiores ao da legislação;
• Automação das atividades de maior risco e implantação de equipamentos de proteção coletiva;
• Monitoramento médico periódico e gratuito, extensivo também aos ex-trabalhadores;
• Fiscalização das fábricas pelos próprios trabalhadores, através de Comissões Fiscalizadoras com estabilidade no trabalho e poder de interdição de instalações inadequadas.

3) As concentrações de fibras de amianto em suspensão no ar verificadas nas fábricas italianas eram elevadas e muito superiores ao limite de tolerância da legislação brasileira (duas fibras de amianto em suspensão por litro de ar), limite este que as empresas brasileiras reduziram voluntariamente para valores vinte vezes menores, similares aos adotados atualmente na legislação dos Estados Unidos. Uma comparação entre as condições atuais de segurança e higiene das fábricas de fibrocimento brasileiras e as das fábricas italianas demonstrará claramente os avanços obtidos em décadas de aperfeiçoamentos por parte das empresas brasileiras, que resultaram em ambientes de trabalho com condições de proteção à saúde dos trabalhadores compatíveis com as melhores práticas mundiais de segurança.

4) Os produtos de cimento amianto vem sendo utilizados a mais de 100 anos e em mais de 150 países. No Brasil as telhas de cimento amianto são largamente utilizadas desde a década de 1930 e representam mais de metade dos telhados instalados. Não há registro na literatura científica brasileira e internacional de nenhum caso comprovado de adoecimento devido à exposição ao amianto crisotila entre os usuários desses produtos. Para outros esclarecimentos sugerimos visitar o site do Instituto Brasileiro do Crisotila (www.crisotilabrasil.org.br) e o nosso site (www.imbralit.com.br).

 

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